segunda-feira, 3 de abril de 2017

ENTREVISTA GAZY ANDRAUS - MÚLTIPLO 6

Inauguramos nesta edição mais uma novidade, mais uma alternativa de interatividade a que tenho proposto com frequência entre vocês, leitores e colaboradores do Múltiplo... uma forma de aproximar mais o artista do fã, estreitar laços e proporcionar que todos possam conhecer melhor o trabalho do quadrinhista... e para começar teremos uma super entrevista com Gazy Andraus, um apaixonado por HQs e que se pro-pôs de imediato a nos atender quando da oferta dessa entrevista participativa e interativa... espero que todos curtam... boa leitura...

Múltiplo: Como você se considera quando falamos de quadrinhos?
Gazy Andraus: Alguém que sempre (mas sempre mesmo), se maravilhou desde pequeno, ao ver aquelas imagens pequenas separadas por retângulos, impressas colorizadas numa revista, num mistério insondável e irrespondível acerca de sua beleza e atração desmesurada cujos desenhos têm exercido em mim fascínio, tanto a meus olhos, como à minha mente!
Múltiplo: O que seria HQ poético-filosófica?
Gazy Andraus: Um tipo de História em Quadrinhos (HQ) cuja mensagem sintetizada traz a reflexão, numa narrativa não linear, similar ao que faz e ao que é um haikai (ou haicai) à literatura, porém, de maneira imagético-textual.
Múltiplo: Pelo que vi em alguns artigos e material de internet, você produziu diversos fanzines. Nos fale um pouco sobre isso.
Gazy Andraus: Meu início de publicação foi pelos fanzines. Assim, é uma relação importante e simbiótica como parte integrante e coroamento de produções de HQs e afins, em que realizo um fanzine autoral ano a ano, no mínimo. Além de participar vez ou outra de outros zines, colaborando com eles no envio de HQs e/ou textos. Os fanzines são imprescindíveis, porque permitem-nos fazer todo o processo, desde a elaboração das HQs à publicação delas e distribuição, como num desenvolvimento alquímico.
Múltiplo: Se considera um pesquisador? Nos conte sobre.
Gazy Andraus: Sim, pois em essência, todos o somos. Porém, alguns enveredam pelo caminho, tentando desvendar questões que pululam em nossas mentes, enquanto que outros não se aprofundam em resolvê-las, atuando na vida de outras maneiras. No meu caso, a instigante saga das HQs e sua intrigante falta de valorização antes atestada pela sociedade, fez-me querer entender a raiz e razão disso, já que via nelas (nas HQs), algo de maravilhoso e importante que não poderia ser mantido em desacordo com seu valor por mim aventado. Esse era um dos tópicos mais importantes que me fizeram singrar a área acadêmica e de pesquisas desvelando as histórias em quadrinhos (ou parte delas) e sua importância num mestrado e doutorado. Ainda assim, não fico estagnado apenas nesse tema das HQs e fanzines, mas me interessa o ser humano em essência, o planeta em que vivemos e o uni-verso e suas imbricações (pois que cheguei até a fazer um curso rápido de astronomia quando cursava artes na UFG em 1986 para 1987).

Múltiplo: Como você separaria a HQ tradicional da HQ poético-filosófica?
Gazy Andraus: O paralelo que traço para que se possa compreender, é relacionar a poesia haicai japonesa à literatura: não é um conto, um romance ou texto descritivo ou uma narrativa épica, mas ainda assim, pertence ao rol da chamada Literatura! Há os que dele gostem (do haicai) e os que não o apreciem. Assim o são as HQs poético-filosóficas (ou fantástico-filosóficas): são geralmente elípticas como nas poesias haicais e há muitos que não lhas gostam, porque suas narrativas não são lineares como as tradicionais histórias em quadrinhos. Mas são HQs, apesar de tudo, assim como haicais são literatura!

Múltiplo: Como foi ganhar o Troféu HQ Mix na categoria “melhor tese de doutorado”? Nos conte sobre o que você fala nesta tese.
Gazy Andraus: Foi um reconhecimento de um trabalho exaustivo e longo, e pelo qual só fui entender e responder o seu cerne no último dos quatro anos do doutorado que levei para finalizá-lo: cursei disciplinas de pós, elaborei artigos para elas, para congressos, fui lendo, relendo, escrevendo, pesquisando, até que consegui entender que a mente é integrada, mas que a depender do input, pode ou não se tornar mais (ou menos) afeita às artes e à apreciação de linguagens como os desenhos. E descobri que é o que aconteceu com a humanidade: ao desenvolver-se muito na racionalidade acabou por atrofiar áreas em atividade do cérebro que reconheceriam intuitivamente as artes e os desenhos (ficando nossa mente preconceituosa), as quais dialogariam melhor com outras regiões atinentes ao pensamento racional e à escrita fonética, o que tornaria a mente mais expansiva na inteligência, equilibrando o uso dos hemisférios cerebrais esquerdo (racional) e direito (criativo), desenvolvendo uma mente integrada, salutar e melhor equilibrada. Descobri isso lendo e estudando ciência cognitiva, e constatando que os experimentos científicos apontavam, por tomografias computadorizadas que, por exemplo, áreas distintas dos hemisférios cerebrais entravam em mais ou menos atividades quando recebiam incentivos: como exemplo, na leitura de imagens e ideogramas, mais porções do hemisfério direito acusavam respostas, enquanto que na leitura de textos (fonemas) havia supremacia do esquerdo entrando em atividade.
Isso tudo criou na nossa mente “cindida”, a racionalidade excludente que gerava o preconceito contra o que ela pensava ser menos importante: no caso, as HQs, por serem imagens, e as imagens à mente racional que lê textos, eram consideradas informação irrelevante, o que é um engodo total que vai caindo década após década, já que tudo é informação necessária, tanto a escrita como o desenho. Porém, a maneira como atuam tais informações em nossas mentes é que se apresenta distinta e necessária para um dialogismo sistêmico e de manutenção amplificada de nossas mentes, que são neuroplásticas - se usarmos, expandem-se, se não, atrofiam-se. Ou seja, se não damos valor às imagens e aos desenhos, e as lemos menos, não conseguimos acionar áreas prontas para se ativar suficientemente e conjugarem-se com outras, deixando-nos até menos criativos. Na educação cartesiana, esse tem sido o maior erro, e os quadrinhos podem ajudar a melhorar, pois são expressões artísticas. Por isso, quando recebi a notícia do prêmio em 2007, fiquei contente, por saber (e confirmar) que fiz um trabalho correto e essencial à área das HQs (e da educação e pedagogia, em especial, universitárias).

Múltiplo: Você faz palestras? Sobre qual tema você trabalha?
Gazy Andraus: Sim, abordando tudo o que discorri anteriormente, mas enfocando para quaisquer áreas adjacentes: se às artes, mostro HQs e afins pertinentes, se à educação, explano a importância das HQs com amostragens, à Pedagogia e Letras idem, e por aí vai. Tanto em escolas, como em cursos universitários de graduação e pós-graduação. Também faço o mesmo com relação aos fanzines e sua essencialidade como parte da liberdade humana de criar e confraternizar com as ideias e expressões artísticas. Minhas palestras e cursos, assim, vão abarcando principalmente desde as artes, HQs, fanzines, ciência cognitiva e mudanças paradigmáticas científico-educacionais.
Múltiplo: Seus quadrinhos limitam-se apenas a HQ poético-filosófica?
Gazy Andraus: Em geral, na atualidade (desde a década de 1990 principalmente), sim. É como uma vontade interna de liberar o processo (principalmente se estou sob a audição de músicas): tem que ser rápido e direto (muitas vezes à tinta, sem esboço prévio).
Múltiplo: Como surgiu essa ideia de produção de HQS?
Gazy Andraus: Foi se tornando natural a partir de uma mescla de estilos baseada na leitura de HQs europeias, em especial de autores franceses como Moebius, Druillet e especialmente Caza. Mas esse processo, que natural, aconteceu não só a mim, como provavelmente a alguns outros, como Edgar Franco, Antônio Amaral, e antes a Henry Jaepelt e Flávio Calazans, mas para certeza com relação a eles perguntando também.
Múltiplo: Desde quando se interessa por HQs?
Gazy Andraus: Desde quando comecei a ler, aos meus 7 anos de idade: então, Disney, Maurício de Sousa, outros autores que não mais estão, como Perotti, Canini etc. Mas na infância, obviamente eu não sabia muito dessas autoralidades, e sim de seus personagens como Mickey, Cebolinha, Gabola, Kactus Kid, dentre outros inclusive estrangeiros que eram publicados no Brasil, como Mortadelo e Salaminho do espanhol F. Ibañez etc. Só na adolescência, aos 12 ou 13 anos em diante é que fui passando aos super-heróis, e depois, no início da maturidade, aos europeus e poéticos.
Múltiplo: Já trabalhou em parceria? Como foi? Gosta deste tipo de trabalho?
Gazy Andraus: Trabalhei e trabalho, embora pouco. Fiz parcerias várias, com Edgar Franco, Feijó, Del Bianco, Cícero, Matheus Moura, Sandro (e até passei um esboço para Jaepelt, que ainda aguardo-o concretizá-lo). Mas as parcerias são raras devido a nossos estilos, que em geral é distinto do mainstream e requer uma autoralidade mais complexa. O meu mais recente trabalho em parceria foi o fanzine “Fraterimagenes”, em que convidei diversos autores para ilustrarem meus poemas, dentre eles, E. Franco, Danielle Barros, Mozart Couto, Beralto, H. Jaepelt, Thaisa Maia e a cor na capa de Silvio Ribeiro.
Ao mesmo tempo, no meu trabalho quando palestro e dou cursos, já trabalhei em parceria, também com Edgar Franco, Márcio Gomes, Fernanda de Aragão, Jorge Del Bianco e até já montei dois grandes eventos de HQs e zines para o Centro Cultural da Juventude de SP, sendo curador, e trazendo nomes como Laerte e Sérgio Macedo, bem como E. Franco, Daniel Esteves, Laudo etc. Para a Gibiteca de Santos, desde 2012 e 2013 venho me juntando a outros co-mo Fabiano Geraldo, Thina Curtis, Fábio Tatsubô, Dani Marino, trazendo o evento anualmente em outubro em comemoração ao Dia Nacional do Fanzine. Integro também a Comissão do Troféu Ângelo Agostini, trabalhando junto de Bira Dantas, Alexandre Silva e Marcos Venceslau dentre outros que premia autores de HQs e fanzines no Brasil, num evento bastante empolgante que ocorre no Memorial da América Latina, perto da data do dia Nacional dos Quadrinhos, em final de janeiro.
Múltiplo: Há quanto tempo você desenha?
Gazy Andraus: Desde criança, como todo mundo. Só que a maioria larga os desenhos conforme vai deixando a infância, devido a várias motivações, mas especialmente o sistema escolar e o sistema social que não veem ainda o valor correto para o ato de desenhar (conforme expliquei na minha tese), sem saber que isso amplificaria a inteligência.
Múltiplo: Já publicou profissionalmente?
Gazy Andraus: Sim. Não muitas vezes, mas já em revistas como Metal Pesado, Heavy Metal Brazilian, Camiño di Rato, e um álbum, o “Ternário M.E.N.” com a Editora Marca de Fantasia. Recentemente saiu um livro meu de desenhos na linha “Sketchbook Custom” da Ed. Criativo (http://editoracriativo.com.br/produtos/exibir/203/gazy-andraus-sketchbook-custom#) e está no prelo outra participação minha na nova série da mesma editora, chamada “Post Art” com desenhos coloridos. A maioria de minhas publicações artísticas está nos fanzines de vários editores (e nos meus), e tenho grande publicação de textos em congressos e capítulos de livros na área acadêmica também.
Múltiplo: Como é o seu modo de criação?
Gazy Andraus: Música! Como não sou músico, arranjei outra maneira de elaborar musicalidade: ao ouvir sons (heavy metal, prog rock, instrumentais etc.), eu despejo no papel de maneira ritmada – ao som do que escuto, que amplifica minha consciência – os desenhos diretamente sem esboços prévios, com textos que vão formando as HQs poéticas. Tenho até um vídeo que apresento isso para uma plateia acadêmica. Veja aqui: https://www.youtube.com/watch?v=k3d_xuog7Uk .
Múltiplo: O que você vê de bom no cenário de quadrinhos Independentes?
Gazy Andraus: Tudo: a criatividade pulsante e pungente, que não tem a ver com o sistema anacrônico oficial, e que engessa tudo para obter lucro com mesmices e repetições à exaustão. Nos fanzines, por exemplo, há a criatividade em títulos e textos, e a prova cabal é o desenvolvimento de um típico quadrinho nacional poético que se consagrou no fanzinato da década de 1990 principalmente e fez história (e ainda continua fazendo).
Múltiplo: Acha que o Quadrinho Nacional teve alguma evolução durante os últimos anos?
Gazy Andraus: Sim, claro. Alguns dos expoentes que estavam no fanzinato, como por exemplo Laudo, mostram sua evolução. Vide seu magnífico trabalho “Yeshuah”. Outros como Edgar Franco ainda mantêm um pé lá e na profissionalização, com sua revista “Artlectos e Pós-Humanos” pela Marca de Fantasia. Roteiristas como Daniel Esteves mostram o valor a que chegaram, incluindo novos expoentes como Bruno Bispo e Victor Freundt.

Múltiplo: Nos fale sobre o que você considera “Fanzines”, uma definição.
Gazy Andraus: Como disse a pesquisadora Zavan em seu texto de 2004 “Fanzine: a pluralidade Paratópica”, é uma revista “paratópica”, ou seja: existe na não oficialidade das editorações, não existindo oficialmente, mas fazendo parte integrante do processo de criação dos que querem e precisam trazer seu universo de criação! Costumo brincar que o fanzine (ou zine) é como a micropartícula da física quântica: esta paradoxal, pois é ao mesmo tempo partícula e onda – enquanto que o zine também o é, já que ao mesmo tempo que existe (não oficialmente), não existe (oficialmente) – logo, é dual, rico e “quântico”. Quando você pensa que o compreendeu, ele lhe foge. Quando você percebe que não vai compreendê-lo, ele lhe vem e lhe pega e te faz lançá-lo como parte de si. Atualmente, o fanzine se divide basicamente em 3 categorias, a meu ver: a do tradicional, publicando artes e textos; a dos que o elevam à categoria de revistas artísticas (e que pedem para chamá-lo apenas de “zine” sem a pecha de “fã”) e os da área da educação ou que servem ao ensino (como os Gibiozines de Hylio, prof. da UFSCAR ou os Peibê de Beralto do IFFluminense).
Múltiplo: Fale-nos um pouco sobre você. Onde nasceu? Sua idade, formação acadêmica…
Gazy Andraus: Nasci em Ituiutaba-MG, como meu conterrâneo Edgar Franco. Mas brinco dizendo que fui “fabricado” no Líbano, e viajei de navio (no útero de minha mãe), vindo a ser “desenvasado” no Brasil, em Minas! Tenho agora 50 anos, mas a energia ainda me remanesce forte! Tenho licenciatura em artes pela FAAP/SP, mestrado em artes pela UNESP/SP e doutorado em Ciências da Comunicação pela USP, mas minha formação inteira é eclética e interdisciplinar (no doutorado falo de fanzines, falo de ciência cognitiva e mudança de paradigma da ciência clássica à quântica que pede contraparte na educação descompassada e anacrônica). Também tenho outras atividades que realizava muito, como caminhadas peripatético-sonoras (andava muito ouvindo músicas e criando na mente, num prazer intenso que atualmente faço menos), e jogo basquete (atualmente também menos devido ao joelho): foi no esporte também que percebi o processo criativo de outra maneira, como o percebia no ato de desenhar. Nas jogadas, o corpo também se comporta criativamente se nos situarmos em uníssono ao momentum... coisa que me era muito difícil no aprendizado (tanto no jogo, como no ato de deitar a caneta e deixar a tinta rolar diretamente e sem esbo-ço prévio, similarmente à atitude que se tem numa ação desportiva após a outra).
Múltiplo: Você começou no mercado independente publicando em zines como Barata, Quadritos e Fantasia Filosófica. Conte-nos um pouco como foi esse início de carreira, se você teve algum empecilho para divulgação de seu trabalho, como foi a aceitação das editoras.
Gazy Andraus: Na verdade, a publicação em fanzines era como quase um imperativo nas décadas de 80 e 90, pois os autores e aspirantes a quadrinhistas no Brasil não tinham outro caminho. E é por isso que agradeço aos fanzines, e a esse tipo de problemática que havia no Brasil: graças a isso, a confraternização zineira se estendeu de norte a sul e leste e oeste indo ao estrangeiro.
Nem tenho como reclamar de editores, porque isso quase não existia para nós. Atualmente vejo outro quadro no Brasil, mas ainda assim, tirando parcos editores comerciais, a maio-ria não dá o valor devido às HQs poéticas, por justamente achar que são inferiores às HQs de narrativas longas, o que é um engano: são distintas, e ambas contendo valores únicos e potentes.
Múltiplo: Com a evolução dos meios de comunicação, prin-cipalmente a internet, está mais fácil hoje um artista conseguir viver de sua arte com a visibilidade que eles poderão alcançar a partir dessas mudanças?
Gazy Andraus: Parece-me que sim. O outro lado da coisa é a pulverização de públicos e ampliação de nichos, o que também contribui para serem menos os leitores, embora mais agrupados. Mas daí volto a lembrar-me que a Internet permite uma difusão maior e mais rápida do que jamais havia antes do advento dela (embora, como falei, alcançando nichos mais subdivididos). De toda maneira, ainda a editoração e publicação em papel é mais forte. Eu mesmo prefiro ler gibis e álbuns de HQs em papel que no monitor.
Múltiplo: Quais são os artistas independentes que você destaca hoje?
Gazy Andraus: Edgar Franco, Bruno Bispo e Victor Freundt, Laudo, Jaepelt, e editores e faneditores como Denílson Reis (Tchê), Clodoaldo Cruz (Cabal), Henrique Magalhães (Marca de Fantasia), Edgard Guimarães (QI), Marcos Freitas (Ed. Atomic), dentre outros.
Múltiplo: Quais são os seus atuais projetos/trabalhos? E os futuros?
Gazy Andraus: Continuar desenvolvendo projetos artísticos/acadêmicos, e me manter criando HQs poéticas, bem como lecionando em cursos universitários. Um de meus projetos atuais são as transposições de desenhos e HQs curtas para a possibilidade de impressão 3D (com o software “3D Build” do Windows 10). Até já fiz um fanzine para isso, o “3D’Imagens”, aventando a hipótese de realizar uma exposição de HQs e desenhos impressos em 3D, futuramente!
Múltiplo: Atualmente, quais HQs nacionais você destaca?
Gazy Andraus: Tenho lido poucas HQs, sejam estrangeiras sejam nacionais. Não consigo mais acompanhar. Mas destaco totalmente o trabalho de Laudo e Omar em Yeshuah: obra-prima que me emocionou e me fez refletir muito, além dos desenhos que me embeveceram! Também destaco o trabalho do universo pós-humano do amigo-irmão Edgar Franco, o Ciberpajé, e seus Artlectos e Pós-Humanos, e a criatividade das HQs e formatos dos trabalhos de Victor Freundt e Bruno Bispo, dentre os zines de H. Magalhães, E. Guimarães, Denílson Reis e outros. Admiro sempre os autores como Mozart Couto e Shimamoto, bem como a pulsão dos mais novos como Daniel Esteves e Cadú Simões.
Múltiplo: Mini currículo.
Gazy Andraus: Sou atualmente professor designado da Unidade Campanha/MG (UEMG). Lecionei na FIG-UNIMESP de 2005 a 2016 onde também coordenei e ministrei pós-graduação bem como Tecnólogo em Design. Sou membro pesquisador do Observatório de HQ (USP) e ASPAS - Associação dos Pesquisadores em arte Sequencial; bem como da Interculturalidade e Poéticas da Fronteira (UFU); INTERESPE-Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação (PUC/SP) e Criação e Ciberarte (UFG). Tenho doutorado em Ciências da Comunicação pela USP (2006) e mestrado em Artes Visuais pela UNESP (1999) e licenciatura plena em Artes pela FAAP (1992). Minha tese “As Histórias em Quadrinhos como informação imagética integrada ao ensino universitário” (USP, 2006) ganhou o prêmio como melhor tese de 2006 pelo HQMIX em 2007. Considero-me também autor de HQs e zines de temática fantástico-filosófica (como Homo Eternus, Convergência, Fraterimagenes). Como pesquisador, tenho participações em livros (“Histórias em Quadrinhos e Práticas Educativas: o trabalho com universos ficcionais e fanzines” de Elydio dos Santos Neto (que até escreveu um livro sobre minha arte), e, Marta Regina da Silva (orgs.), da Ed. Criativo, 2013); e eventos acadêmicos, coorganizando e apresentando artigos em congressos nacionais e internacionais, como o das “Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos” da USP e o “Aspas – Associação dos Pesquisadores em Arte Sequencial” (ambos terão eventos esse ano), dentre outros. Também sou o idealizador da data comemorativa do dia Nacional do Fanzine que se iniciou desde 2012 (a partir do dia 12/10/1965 quando Edson Rontani lançou o Fanzine “Ficção”). Um detalhe que poucos da área sabem, é que possuo um blog chamado “Consciências e sociedades” em que abordo questões sociais, políticas e até relativas à defesa do consumidor, auxiliando com informações e conselhos baseados em leis, regimentos e CDC – Código de Defesa do Consumidor, mas que vez ou outra também discorro sobre a importância das HQs para a sociedade.
Sites e blogs: http://tesegazy.blogspot.com.br , http://classichqs.blogspot.com.br ; http://conscienciasesociedades.blogspot.com.br ; E-mail: yzagandraus@gmail.com;

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